De brigas de gangue a título no One, lutador do DF ascende no MMA

De brigas de gangue a título no One, lutador, que já foi capoeirista, do DF ascende no MMA

Adriano Moraes manteve o cinturão dos moscas do One Championship na última quinta-feira ao bater Demetrius Jonhson, ex-campeão do UFC

Na última quarta-feira (7/4), o brasileiro Adriano Moraes fez história e chocou o mundo das lutas ao vencer o americano Demetrious Johnson, ex-campeão do UFC, e manter seu cinturão dos moscas do One Championship, torneio de Mixed Martial Arts.

O que poucos sabem é que “Mikinho ou Black Diamond” é de Brasília e cresceu na capital federal. O Metrópoles conversou com o campeão, que contou um pouco de sua história e de sua caminhada no cenário do MMA mundial.

O começo
As artes marciais sempre fizeram parte da vida de Adriano. O brasiliense conta que começou o caminho das lutas no judô e mais tarde, na adolescência, em uma escolinha de capoeira na 316 Norte. Mãe adotiva de Adriano, Mirtes Moraes, moradora da Asa Norte, conta que as artes marciais surgiram na vida do filho como uma válvula de escape.



“Adriano estava numa creche, em Brasília, quando o adotei, com 2 anos e 7 meses, em novembro de 1990. Foi amor à primeira vista. A infância dele foi como a de toda criança, mas quando foi chegando a adolescência, a situação foi se complicando. Não queria estudar e muito briguento. Resolvi envolvê-lo no esporte como válvula de escape. Experimentou de tudo: começou com judô, basquete, capoeira, skate, jiu-jítsu, etc… Mesmo assim, na adolescência começou a participar de brigas de gangue, muito comum aqui em Brasília. Graças a Deus, ele tomou gosto pelo jiu-jítsu e, aos poucos, foi trocando as brigas de rua pelo tatame. Com pouco tempo abraçou o MMA, como profissão”

Dona Mirtes, como é chamada carinhosamente pelo filho.

O jiu-jítsu teve grande importância para a formação de Moraes como lutador e como pessoa. O morador da Asa Norte passou a competir na arte suave e a conquistar títulos na modalidade, como o Campeonato Brasileiro na faixa roxa. Treinando na Constrictor Team, que revelou nomes como Francisco Massaranduba, Paulo Thiago e Rani Yahia, Adriano passou a competir também no MMA.

A estreia foi em um evento em Unaí-MG. E após a estreia nas artes marciais mistas, Adriano emendou nove vitórias consecutivas, sagrand0-se campeão no Shooto Brazil, em Manaus, contra Dileno Lopes, em 2013. A conquista do título no evento nacional abriu as portas para a carreira fora do Brasil.

O One
O título no Shooto levou Adriano a assinar seu primeiro contrato internacional. O One Championship é um evento asiático, de Singapura, mas que também é realizado em outros países do continente. Mas a estreia não foi das melhores. Invicto, o brasiliense conheceu sua primeira derrota logo na estreia da organização.

Porém, o Black Diamond sacudiu a poeira, emendou quatro vitórias seguidas, que resultaram no cinturão inaugural da competição, no peso-mosca. De lá para cá, foram sete títulos no evento, a última o ponto alto de sua carreira, contra Demetrious Johnson. Enquanto Adriano dominava a categoria dos moscas no One, Johnson reinava no UFC, batendo recordes na organização de Dana White.

No duelo da última quarta-feira, o One on TNT 1, os dois protagonizaram a luta principal da atração, em Singapura. No segundo round, Adriano encaixou uma joelhada e venceu o americano, mantendo o cinturão do One. Veja o momento da vitória:

“Foi uma noite histórica para mim. Foi o primeiro evento do One televisionado para os Estados Unidos, para o Brasil. E diante de um cara duro, que fez história no UFC e no MMA. Então fico muito feliz de ter levado essa vitória para o meu país, para Brasília. Recebi muitas mensagens dos meus amigos aí de Brasília, muitas pessoas foram parabenizar minha mãe, fiquei muito contente com o carinho. Para mim é uma honra poder representar Brasília, cidade que morei, cresci”, comemora e agradece o candango.

Adriano hoje mora em Boca Raton, na Flórida (EUA), onde treina para os combates no One e agora aguarda seu novo oponente para mais uma defesa de cinturão. Ele contou à reportagem do Metrópoles que já recebeu convites do UFC para integrar a organização, mas o evento asiático acabou cobrindo as ofertas de Dana White.

Agora, sobre um possível novo convite do maior evento de lutas do mundo, o brasiliense deixa o futuro em aberto: “Money talks”, brinca Mikinho, como era chamado por seu primeiro mestre de capoeira, na escolinha na Asa Norte, no começo de tudo.

Fonte: https://www.metropoles.com/

Escrito por: Paulo Victor Soares



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